Humanos e cães: amizade até após a morte

Por @cei.ha – Centro de Estudos da Interação Homem-Animal, parceiro do Instituto Cão Terapeuta

O cão mais célebre da Antiguidade foi Argos, criado desde filhote por Ulisses, que, voltando disfarçado de mendigo para casa após 20 anos da Guerra de Troia, enganou a todos, menos a Argos, que já estava velho.

O cão, apesar de fraco, levantou-se feliz para receber Ulisses, mas ele não retribuiu à saudação, apenas uma lágrima escorreu de seu rosto.

Assim, Argos deitou-se na sombra da morte, pois já havia cumprido o seu destino de rever o dono após 20 anos de separação.

Na religião e na mitologia, também encontramos cães: a deusa das bruxas Hécate andava com molossos negros. Ártemis, deusa da caça, tinha dois cães brancos. E Cérbero, o cão de três cabeças que guardava Hades, o mundo dos mortos.

Já em Roma, os molossos guardavam rebanhos nas casas e tinham fama de brigões, assim ganharam o apelido de “cães lutadores”. No fim do século 2, os molossos foram levados para o campo de batalha.

Além de proteger contra os ladrões, os romanos acreditavam que os cães os defendiam contra inimigos sobrenaturais. Quando um cão latia sem motivo aparente, acreditava-se que Trívia, rainha dos fantasmas, se aproximava. Mas os romanos também tinham cães de estimação e uma das raças mais queridas era o galgo italiano.