Gabi Palmisciano, adestradora
Sou adestradora e atuo com o Instituto Cão Terapeuta em três instituições.
Vou contar um pouco sobre uma delas, onde fiz minha primeira visita e me apaixonei pelo trabalho e pelos assistidos, voluntários e cães.
Foi amor à primeira vista. Naquele momento, percebi que era para mim, e hoje posso dizer com convicção, que é o que eu amo fazer. A Fraternidade Irmã Clara (FIC) acolhe crianças com paralisia cerebral. Iniciei meus trabalhos lá auxiliando os voluntários com seus cães. Nesse período, pude conhecer os assistidos, os funcionários, a instituição e suas necessidades. Quase dois anos depois, levei a Barbie, uma das minhas cachorrinhas para a avaliação dos cães do Instituto. Ela foi encontrada ainda novinha, atropelada – em consequência disso, perdeu os movimentos das patinhas traseiras e usa cadeira de rodas. Depois da aprovação na avaliação, entrega de exames e documentos, a Barbie passou a atuar comigo nessa instituição, fazendo o maior sucesso por usar, assim como alguns assistidos, cadeira de rodas.
Certo dia, fui à FIC levar algumas doações que arrecadei e, logo na porta, encontrei um dos assistidosque, antes mesmo de me falar “oi”, perguntou: “o que você está fazendo aqui sem a Barbie?”.
Na hora, foi impossível não rir. E o meu coração se encheu de alegria ao perceber como eles têm carinho pelos cães, guardam seus nomes e ficam ansiosos esperando pela visita.
Hoje, a Barbie está aposentada e eu continuo fazendo visitas à FIC e sempre recebo os questionamentos de onde a Barbie está, se está bem, onde ela dorme e até mesmo se eu cubro ela para dormir. Com certeza, essa é a maior recompensa de ser voluntário: o amor que nasce, cresce e permanece.