Por Naila Fukimoto, psicóloga, consultora de comportamento animal e membro do Instituto Cão Terapeuta
Para mim, todo dia de visita é um dia em que sempre volto melhor para casa, mais contente por ter proporcionado momentos alegres a pessoas que, muitas vezes, estão praticamente morando em instituições e hospitais.
Você já pensou viver assim, meses ou anos da sua vida?
Naquela sexta-feira, 8 de novembro de 2019, no Instituto Itaci, uma enfermeira, quase chorando, veio com um pedido: passar no quarto de uma paciente terminal, cujo último pedido era ver seu cachorrinho. Como o caso era bastante grave, não seria possível fazer todo o trâmite para levá-lo. Então, ela quis ver os nossos cães, Lucca e Orion. Por ordem do hospital, não podemos colocar os cães na cama, mas, nesse dia, tudo estava liberado. O quarto dela virou uma festa: estavam médicos, enfermeiras, família, nós – voluntários – e os cães na cama dela.
Em dez anos fazendo esse trabalho, nunca me emocionei tanto.
Ela estava radiante e feliz com a visita dos cães, mesmo sabendo que era seu último dia.
Abraçou, beijou, fez muito carinho e, bom, a imagem conta o resto.