Alzheimer Canino

Por Katia De Martino, Médica Veterinária do Instituto Cão Terapeuta

Cada vez mais, nossos companheiros de quatro patas estão envelhecendo.

E, cada vez mais, precisamos dar atenção a alguns comportamentos anormais. Assim como a doença de Alzheimer pode acometer humanos idosos, alguns cães mais velhinhos podem padecer da chamada Disfunção Cognitiva Canina (DCC).

Essa doença leva a alterações neurológicas e, consequentemente, a alterações comportamentais como:

• Redução da atividade física: ele dorme o dia todo;
• Distúrbios do sono: geralmente não dorme e fica circulando pela casa durante a noite;
• Mudanças no apetite;
• Micção inapropriada: esquece o local do banheiro;
• Agressividade;
• Diminuição da interação social;
• Desorientação: um caso muito comum é entrar em um local e não conseguir sair algum lugar sem ajuda de alguém;
• Esquecimento de comandos básicos anteriormente conhecidos;
• Choros sem razão aparente.

Tem tratamento?

Infelizmente, não há cura para esta doença. Alguns medicamentos, aliados a mudanças de manejo ambiental, comprometimento do tutor e suplementação na dieta desaceleram o processo de evolução da disfunção cognitiva nos cães.

O tutor tem um papel fundamental para informar ao veterinário a evolução ou melhora do quadro desse animal.

Manter o cérebro sempre estimulado com treinos, enriquecimento ambiental, aulas de comandos (nem que seja retreinar esse cão) faz com que os neurônios que ainda não envelheceram continuem ativos.

Evitar ao máximo trocar as mobílias da casa de lugar. Geralmente, cães idosos já têm um déficit visual. No máximo, deixe um espaço mais livre entre as mobílias para melhorar a circulação dele pela casa. Procure levá-lo mais para passear e fazer as necessidades fora de casa.

Suplementações como antioxidantes e rações específicas para idosos são recomendados. Além disso, medicamentos como vasodilatadores cerebrais e a S-adenosilmetionina têm um ótimo resultado pelos seus efeitos antioxidantes, melhorando os neurônios que ainda estão ativos.